Vilmar Oliveira: Poema Perdido

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Perdi
Uma
Poesia
Que
Não
Tem
Nome
Nem
Endereço.
Se
Achares
Procure
Um
Poeta
Sem
Nome
E
Devolva.

Poesias

Tenho flores nas roupas,

Tenho brincos nas orelhas,

Tenho pompas no barrado da saia,

Meu peito parece de barro,

Meu rosto é frio como a terra,

Meu corpo de lama ganha seu olhar,

Tenho pernas frias como o aço,

Tenho pés duros que não andam,

Meu sorriso abre espaços,

Lembram constantemente a lua,

A terra arancanda dos barrancos

em noite de lua cheia.

Terra molhada pela água corrente do rio,

Amassada de grão em grão no pilão do quintal,

Amasiada com as mãos meladas de terra,

que é transformada em pó,

Como fazer Farina, transformar ouro bruto em jóia rara,

Dando forma ao meu delicado corpo,

Sou aquecida para ter vida,

Minha face lembra a delicadeza do meu povo,

Pareço viuva de marido vivo,

O sofrimento transformado em alegria,

A cultura materializada em beleza,

Os rostos das filhas das minhas mães,

Sou alegre e sorridente constante,

Sou a representação de um povo,

Sou carregada nos braços constantemente,

Trago a esperança, trago comida para o lavrador,

Sou a beleza encarnada,

O encanto dos meninos,

Sem falsa modéstia, sou arte pura.

Sou o encanto dos poetas,

Encho os olhos de quem me olha,

Sou um boneca,

Sou do Jequitinhonha.

Catálogo do Artesanato do Vale do Jequitinhonha

Um olhar atento sobre as “Minas muitas”

Com indicações turísticas, livro do fotógrafo Vilmar Oliveira conta a história do artesanato em cerâmica do Vale do Jequitinhonha

Um Jequitinhonha rico em diversidade cultural. Essa é a tônica do “Descendo o Rio – os caminhos da cerâmica do Vale do Jequitinhonha”, livro lançado pelo fotógrafo Vilmar Oliveira. Com o patrocínio da Avon Cosméticos, ele viajou mais de 15 mil quilômetros para captar, em fotos alegres e de cores fortes, o trabalho artesanal de 19 artistas e associações e as situações cotidianas vividas pelo povo da região.

Entre imagens de noivas, trabalhadores, lavadeiras e gente comum, o artesanato coloca-se como o símbolo de orgulho de uma região pobre. “É a própria história amassada pelo barro”, conta Vilmar, conhecedor dos segredos do Vale, já que é natural de Medina e filho do garimpeiro Ulisses Souza de Oliveira.

Por meio de textos em três línguas (espanhol, inglês e português), mapas indicativos, contatos de pousadas e de artesãos da região, o leitor é convencido de que cada peça do artesanato do Jequitinhonha carrega uma bela história.

“Descendo o Rio – os caminhos da cerâmica do Vale do Jequitinhonha” é impresso em policromia, com 160 páginas em papel couchê 115g, vendido nas livrarias a R$ 30,00 ou pode ser adquirido pelo e-mail catalogoartesanato@gmail.com. Parte da renda obtida será revertida para projetos socioculturais na região.

Mais informações:

Vilmar Oliveira (31) 9208-9537

vilmar.oliveira1@gmail.com

Nada

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Poema Perdido

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