Nada
quinta-feira, 25 de março de 2010
Jequitinhonha chega à França nas fotografias de Vilmar Oliveira
Exposição fotográfica:
Jequitinhonha, portal dos meus sonhos
O Brasil tem várias facetas, e talvez a mais interessante delas seja a peculiaridade de seus regionalismos. Entretanto, não é nada fácil capturá-los, e – bem provavelmente – por isso mesmo, eles se tornam tão encantadores aos olhos de quem pode vivê-los, ou vivenciá-los.
Vilmar Oliveira, além de ter nascido no berço de uma das culturas brasileiras mais instigantes do mundo, a do Vale do Jequitinhonha, soube capturá-la como ninguém. E uma mostra de seu trabalho como fotógrafo poderá ser conferida na exposição “Jequitinhonha, portal dos meus sonhos”, que fica em cartaz no período de 9 a 17 de abril, na Maison du Patrimoine de Saint Julien les Villas; e de 20 a 30 de abril, no Hotel lê Magny, em Les Riceys.
A exposição que chega agora à França, já percorreu inúmeras cidades e instituições de Minas Gerais, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Destaque-se ter, ainda, tido convite aberto para ser instalada em diversas capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Natal.
Os registros são de cidades como Araçuaí, Medina, Jequitinhonha, Capelinha, Jordânia, Pedra Azul e Virgem da Lapa, no Estado de Minas Gerais. Imagens de ricas manifestações culturais, modo de vida e artísticas, capazes de revelar um povo alegre, simples, sonhador e rico na valorização da sua cultura.
O título desse trabalho foi inspirado em um trecho do poema "Pátria minha", do poeta Gonzaga Medeiros, também nascido no Vale. Os dois artistas levam o público, cada um a seu modo, a uma região diversificada, desmistificando a ideia comum de que no vale do Jequitinhonha prevalece a miséria e a desilusão.
São 25 fotografias, impressas em tecido, montadas em forma de standart (tamanhos variados), nas quais está registrada uma realidade sócio-cultural emaranhada por manifestações populares, circo, teatro, artesanatos, personagens e paisagens locais. Com o apoio do Fundo Nacional de Cultura, Vilmar Oliveira desvenda uma diferente estória a cada clique, conseguindo transformar aspectos culturais e políticos em imagens que emocionam.
Sobre o fotógrafo Vilmar Oliveira
Com trabalhos fotográficos focados em cultura popular, a poesia e o olhar social estão sempre presentes nos trabalhos desse artista. Por muitos anos de sua vida, ele se dedicou à vivência com índios, trabalhadores rurais, moradores de ruas e trabalhadores da reciclagem de Belo Horizonte. Vilmar Oliveira, nascido na cidade de Medina (MG), conhece bem os encantos e magias da região e seu povo.
Para ele, mostrar o Vale do Jequitinhonha é contar um pouco de si mesmo. Seus registros são, principalmente, de pessoas, festas e manifestações culturais da região – mostrando uma faceta alegre e cheia de vida do lugar que é classificado como um dos mais pobres do planeta. Seu trabalho reflete a intenção local para ser conhecida no Brasil e no mundo como uma rica região produtora de cultura.
Em 2007, Vilmar Oliveira lançou o belo catálogo-livro “Descendo o rio, os caminhos da cerâmica no Jequitinhonha”, premiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional Brasileiro com menção honrosa. Trabalho este que mostra o artesanato como um dos mais importantes símbolos de expressão artística da região. A publicação, em espanhol, inglês e português, traz belas imagens, mapas indicativos e contatos de pousadas e artesãos do Vale do Jequitinhonha.
Com ampla atuação na área cultural, com viés no teatro e na produção cultural, estudou História no Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) e pós-graduou-se em Metodologia do Ensino Superior pelo Unicentro Newton Paiva.
Apesar de residir na capital mineira desde 1989, Oliveira se tornou uma das principais referências na arte de fotografar sua terra natal, sendo fotógrafo de várias atividades culturais da região, como o Festivale (Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha), Festeje (Festival de Teatro do Vale do Jequitinhonha), K-iau em Cena (Festival Nacional de Teatro da Cidade de Araçuaí), Programa Viva o Vale (da Avon Cosméticos) e diversos músicos e grupos de cultura local.
Este ano, fez fotografias para o Ministério da Cultura do Brasil no prêmio que leva o nome de uma das principais artesãs do local, Dona Izabel Mendes Cunha.
Participou como fotógrafo exclusivo do catálogo “Com a cerâmica e a madeira do Vale do Jequitinhonha: vida e obra das artesãs Maria Lira Marques e Josefa Alves dos Reis”, da produtora Luz da Lua (Araçuaí/MG).
No currículo, constam ainda diversas exposições individuais e coletivas em Belo Horizonte e por várias cidades do Vale do Jequitinhonha.
Sobre o Vale do Jequitinhonha
Localizado no nordeste do estado de Minas Gerais, sudeste brasileiro, o Vale do Jequitinhonha conta com 70.315 km², correspondente a quase 14% do estado, divididos em três regiões (alto, baixo e médio Jequitinhonha) e 83 municípios. Fartas contradições sociais, abundância de riquezas e de misérias, fortíssima tradição cultural.
O Vale do Jequitinhonha é considerado pelos parâmetros da UNESCO uma das regiões mais pobres do mundo. Contra a seca, contra o solo duro, contra a exploração de atravessadores, contra descaso de algumas autoridades, sobrevive. E se fortalece a arte do Vale do Jequitinhonha através da partilha, da parceria, da vida em comunidade e a transmissão oral do conhecimento.
Contatos:
vilmar.oliveira1@gmail.com / (31) 9208-9537
Imagens e informações para a imprensa: divulgacaoculturabh@gmail.com / (31) 8478-6713 (Tereza)
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